terça-feira

Terça passada ecografia morfológica


Terça feira passada foi um dia cheio e pequeno, daqueles dias importantes, pelos quais esperamos e que depois acabam num anti-climax estranho porque afinal foram apenas mais um dia da caminhada.

Este ecografia estava marcada há mais de dois meses. Era uma ecvografia charneira, porque marcava o dia em que começaríamos a realmente acreditar, a sentir coragem para contar à família mais distante, saberíamos se era menino ou menina, saberíamos se as coisas estavam realmente a evoluir bem, ou se teríamos algum assunto grave e doloroso para resolver nos próximos tempos.

Confiamos no melhor, sempre com uma pontinha de medo surdo, porque a razão pela qual esta ecografia se faz prende-se com o despiste de deficiências e dificuldades, e não pelo show dos pais poderem ver os seus fetos tipo peixinho num aquário invisível.

Felizmente a palavra que mais pedi, foi das que mais ouvi:
- Perfeitinha.

Era uma menina. Foi a primeira imagem. Logo ali à minha vista, inequivocamente uma menina.
Depois lá se rebolou, dançou, nadou, borbulhou, mexeu pernas, braços, dedos e tudo o mais.
A maior parte daqueles 16 minutos gravados foram um mistério para mim: estômago, válvulas, vesícula biliar, rins, cérebro, coração, intestinos... tanta coisa visível apenas para quem sabe ver.
Eu só sei ver o óbvio se for reconhecível: Nariz, mãos, pés, queixo, cabeça, pernas... Essas eram as imagens fugazes e menos medidas, mas que recebi de bónus com o "perfeitinha" a descansar um a um os meus receios de pré-mãe.

Saí de lá estranha, foi tudo muito rápido. Dei a boa nova aos mais próximos que estavam nuns quase nervos. Não são bem nervos porque as pessoas andam nas suas vidas, é só uma inquietação de fundo que encontra alívio completo num simples: "está tudo bem".

E estava.
Havia uma pontinha de algo para verificar. Nada de preocupante, garantiram. Às 28 semanas lá irei, só para nos certificarmos de que não há realmente nada de preocupante.
Devo ter tido uma hemorragia da qual não me apercebi por ter sido interna e sangue terá ficado no líquido amniótico e desde que a bebé começou a beber líquido amniótico encontraram vestígios de sangue nos intestinos, o que sería o meu pânico completo por ter perdido um pai com cancro no cólon e o assunto "sangue nos intestinos" ser um tema agudo para mim. Não foi o pânico porque a médica garantiu que é perfeitamente normal isto suceder, e que o feto estava em condições demasiado boas para haver algo complicado; que tería sempre outras implicações.

A bebé pesava 594 gramas, estava fortinha e cheia de energia, com tudo a funcionar em pleno; comigo também até eu ter chegado ao fim de semana e ter-me armado em mulher-maravilha e ter acabo no Sta Maria como se lê na mensagem anterior.

:-)
Dia 28, portanto, há mais.

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