quarta-feira

Pontapés na barriga


A imagem de um pontapé na barriga não parece uma imagem agradável.
As palavras só por si não dizem nada. Precisam do contexto e dependem da nossa interpretação subjectiva.

Se alguém me perguntasse há uns tempos se eu queria um pontapé na barriga, eu diria logo que não, claro!!

E agora cá estou eu, feliz com essa sensação de pontapé na barriga. E outro. E outro.
:-)
Quem mos dá é um feto. É uma pessoa em miniatura, que já é menina, e que pesa 594 gramas. Eu vi-a numa ecografia e até a vi a dar esse chutinhos. E são valentes, daqueles dados com o corpo todo como aprendem os samurais.

Chutos dados na água, já perdem algum fulgor, essa é a parte boa.
Os músculos também ainda só estão a aprender a ser músculo e por isso estes chutos não são para doer, não trazem ódio, não se podem ver de fora. Só eu é que sei.

Tentar explicar como é é mesmo muito difícil, as sensações do corpo são difíceis de explicar a quem não as tenha tido, e por isso é que os sentidos são tão preciosos.

Estes chutinhos não chegam a ser dor, seríam um desconforto mas não são, porque os amamos; a coisa mais maluca que fiz para tentar explicar o que se sente, foi dar com a ponta do indicador na parte de dentro de uma bochecha. Com alguma força, mas não muita. O suficiente para um altinho sair da bochecha. Agora é mais ou menos isso, mas mais forte e na barriga. Nos lados, na bexiga, no estômago, onde calhar.
Estes são os pontapés das 24 semanas.

Mais tarde esta imagem já não vai servir, mas então eu vou fazer mais experiências malucas e tento encontrar uma que se aproxime mais, dessa fase em que o feto começa a parecer o Figo a marcar golo cheio de tónus muscular naquelas pernas de Adónis treinado.

Tudo suave por agora. Chutinhos doces. A coisa segue.
:-)
Cada dia só precisa de ir passando ao passar.

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