domingo

O trapézio com uma rede fraquinha

Estou exausta! Estou de tal forma exausta que até me custa dizer que estou exausta. Tenho a cabeça, o corpo e tudo num estado extremo de canseira.
E estou contente.

Viemos para o Montijo, de forma mais ou menos estável. Trouxe todas as minhas coisas indispensáveis para mim. Foi muito cansativo, o Álvaro ia-se matando de tanto carregar com coisas debaixo do sol. E eu percebi.

Percebi que há umas semanas atingi o meu limite físico e fui parar ao hospital paralizada por uma cintura de dor e recebi o meu castiguinho de repouso forçado.
Desta vez fui ao limite psicológico e este também foi um momento importante porque tomei consciência de que andava a aguentar uma pressão e um desamparo muito grandes. Verdadeiramente eu estava a padecer de solidão.
Não estive com ninguém nem de dia, nem de noite durante duas semanas, a não ser encontros de fugida, como o que tive com a Mariana João... mas estive muitas horas, muitos dias, muitas noites, a ter de ficar em casa, sem me mexer, sem ver ninguém, em circuito fechado... e atingi o meu limite.

Neste momento está tudo igual. A pressão é a mesma, a bagunça, a impotência perante a avalanche de coisas. Estou exausta e estou com uma semana pela frente em que me pergunto ainda como irei conseguir dar a volta a tanta coisa.
A enorme diferença é que neste momento estou sentada na casa projecto, tudo o que mais preciso está aqui, a minha bicharada anda aqui pelos espaços autorizados a tentar perceber que novo cenário é este... e mais importante, aqui, na cadeira ao lado, com ar moribundo de cansaço, aqui perto que se esticar um braço posso tocar-lhe no cotovelo; está o Álvaro.

E isso muda tudo.

1 comentário:

  1. Olá minha querida :)
    Apesar de toda a angústia, tudo se vai resolvendo, não é? Ainda bem que já está na tua casinha, com o teu Álvaro, agora descansa e desfruta da gravidez, que seja um período muito feliz!

    beijinhos nossos para ti e para a Vera
    Joana e Dinis

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