De dentro do meu coração em guerra
vejo um mundo em guerra
De dentro do meu coração perdido
vejo um mundo perdido
De dentro da minha visão de mim errado
Vejo o erro de um mundo virado
do avesso meu e do mundo
dois lados do mesma fronteira torta
de dentro de uma vida morta em mim.
De dentro do meu coração ofendido
Vejo a malícia da arma que ataca
Vejo a dor do peito abatido
De dentro do que sinto vejo o que vejo.
E ofendo-me uma e outra e outra vez.
De dentro do meu coração amado
Vejo o amor do meu coração curado
pelo coração sofrido de quem também sofreu
num passado errado que morreu
trazendo na bagagem a vontade de ver diferente
do que vê um coração doente.
De dentro do meu olhar mais sincero
Vejo a sinceridade e vejo a delicadeza
do interior escondido por trás da máscara rudeza
e a arma e a guerra do mundo
ficam máscara de mim e de tudo
do que afinal de mais importante existe.
Camadas e camadas de vontade de ser
Ser por dentro uma paz boa de viver
Ser por dentro uma paz boa de querer
sempre mais fulgor nesta vida.
De dentro, vejo a cor
que de dentro tiver mais sabor
seja amargo ou doce ou neutro
nunca vejo for ao que não tenho dentro
e nunca tenho dentro a paz que não quiser ver
mesmo em quem me fez sofrer
para poder ir embora
fazer as malas de fora
e rir nesse finalmente por dentro
ser aquele que aceita nascer.
sexta-feira
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